sábado, 13 de agosto de 2011

Raiva - urbana - em Campo Grande

[Notícia obtida e editada de Correio do Estado. 

Obs: não é somente o morcego hematófago o "grande responsável" pela disseminação no ciclo aéreo da raiva; morcegos frugívoros e insetívoros também devem ser investigados; perguntas que não querem calar: Qual o tipo do vírus que causou este caso atípico - sem os clássicos sinais de raiva furiosa?; Qual a distribuição do vírus em populações de morcegos hematófagos - e não hematófagos - em CG? Cadê a vigilância?? Aos alunos: trata-se de endemia, ou epidemia? Aguardemos o que segue... e espero que a vacina usada nos animais não seja dos mesmos lotes da do ano passado - cheeeeio de animais com reações adversas, mortes e afins...]

Campo Grande registra casos de raiva canina após 23 anos 

Lúvia Morel 12/08/2011 00h02

Após 23 anos, Campo Grande voltou a registrar um caso de raiva canina - o último havia ocorrido em 1988, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Capital. No dia 12 de julho, no Jardim Anache, um garoto foi mordido na mão por um cão que pertencia à sua avó. Após o incidente, o menino foi levado ao posto de saúde, onde recebeu os primeiros socorros e a dose de soro anti-rábico. Dez dias depois, o cachorro morreu e a família da criança entrou em contato com CCZ para recolher o animal que coletou amostras de sangue do cão e, no dia 5 de agosto, o resultado positivo foi divulgado. A criança continua sob observação pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau).
 

A incidência da raiva canina na Capital fez com que a administração municipal determinasse estado de alerta em ao menos seis bairros da zona norte da cidade - Jardim Anache, Nova Lima, Colúmbia, Vida Nova e Novos Estados - onde foi registrada a enfermidade. Nesses locais, o CCZ realiza trabalho intenso de vacinação e acompanhamento de animais e pessoas que tiveram contato com o cão infectado - medida tomada para evitar que a doença se alastre para outras áreas da cidade.
 

O animal diagnosticado com raiva canina no Jardim Anache apresentava sinais diferentes da doença comum. Segundo a diretora de vigilância em saúde da Sesau, Márcia Dalfabro, a família responsável pelo cão acreditava que ele estivesse com pneumonia, pois não apresentava sinais de excitação e irritabilidade (comuns à doença) [raiva furiosa]. Ao invés disso, o animal estava extremamente debilitado e melancólico [raiva paralítica]. Pouco depois do incidente, o maxilar paralisou e, dias mais tarde, o cachorro morreu. “Esses sinais não são os mais comuns da raiva, mas também podem ocorrer, dependendo do tipo da doença. O vírus é o mesmo, mas o tipo varia”, explica Márcia. Segundo ela, a suspeita é de que o animal tenha sido infectado por uma mordida de um morcego, mas somente exames mais detalhados poderão confirmar essa hipótese. “Estamos esperando para saber o tipo de vírus”, diz.

Ações de combate
Segundo Márcia Dalfabro, assim que saiu o resultado do exame sorológico, as ações de profilaxia e prevenção foram iniciadas imediatamente no Jardim Anache e adjacências. “As equipes dos postos de saúde, bem como os agentes de saúde da região norte foram informados sobre o caso e o CCZ deu início aos cuidados com a população que teve contato com o animal. A área está toda em alerta”, diz Márcia. As medidas incluem a vacinação de pessoas que tiveram contato direto com o cão e também de outros animais que conviviam com o animal.
 

De acordo com a diretora, 18 pessoas, entre crianças e adultos, foram imunizadas contra raiva. Destas, oito também receberam o soro antirábico, que é utilizada nos casos em que pode ocorrer contaminação imediata com o vírus da doença. “Somente de dar comida na boca de um cachorro com raiva a pessoa pode ser infectada, porque a saliva do animal está rica no vírus”, informa Márcia. Os oito moradores que, além da vacina, também foram medicadas com o soro, mantinham contato direto e diário com o cão morto.
 

Foi aplicada dose preventiva da vacina anti-rábica em 300 cães e gatos de moradores do Jardim Anache. Outros seis cachorros da região foram sacrificados [por quê?], pois conviviam diretametne com o cão infectado. A diretora explica que não há tratamento para raiva em animais e a única solução é a eutanásia. “As equipes identificaram os cães que tinham contato direto com o animal em questão, mas o dono de um deles não quis entregá-lo. Entramos com pedido judicial, já que havia risco de dano coletivo, e o animal foi recolhido e morto”, afirmou. [Por que não ficou em observação, como foi o caso do primeiro animal??? Será para satisfazer a população / sensacionalismo? Contactantes são obrigatoriamente portadores no caso da raiva??]
 

A diretora de vigilância em saúde destaca ainda que, em casos como esse, “a profilaxia é sempre imediata porque a raiva é uma doença muito grave, principalmente quando transmitida para o homem. Temos casos confirmados de raiva humana apenas nas regiões norte e nordeste e também na Bolívia, que é vizinho, por isso temos que fechar o cerco à doença para que não contamine as pessoas aqui”, afirma.

Riscos
Márcia Dalfabro afirma que o maior risco da doença é a demora na manifestação dos sintomas. Em humanos, os primeiros sinais podem aparecer de quatro a seis meses após a contaminação. Nos animais, a média é de dez dias, mas também pode levar meses. “As ações de combate, quando há casos confirmados, devem ser rápidas e o acompanhamento, tanto dos animais vacinados quanto das pessoas da região, deve ser contínuo por até um ano”, afirma a diretora de vigilância em saúde.
 

No caso das 18 pessoas e os cerca de 300 animais vacinados, o acompanhamento é realizado pelos agentes de saúde que atuam na região norte. A Sesau também vai colocar à disposição mil doses da vacina para a imunização de cães e gatos da área atingida. “A cobertura tem que ser eficaz e depois da confirmação a região está em estado de alerta”, lembra Márcia. O sangue dos seis cães sacrificados também foi recolhido pelo CCZ e o resultado sorológico deve sair nos próximos dias. Caso haja mais casos positivos, as medidas de prevenção serão intensificadas.

Outras notícias:
* G1: Caso de raiva provoca vacinação emergencial em Campo Grande

* Campo Grande News: Com caso confirmado, CCZ faz vacinação de emergência contra a raiva

 

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