Acabei de postar sobre o PL. Acabei de ver, via @ClinicaVet (Revista Clínica Veterinária) o link para informações sobre a audiência pública realizada na última terça-feira sobre o Projeto.
Na página do deputado Geraldo Resente (acesse "Audiência mostra falta de consenso sobre vacina contra leishmaniose") aparece um pouco do que acabei de falar: onde está a integração MS-MAPA??? E olha os especialistas acendendo a fogueira de eutanásia e tratamento! E olha a guerra de egos dos Ministérios! E olha a política de saúde para onde vai...
Senhores... por favor. Tratem a doença como DOENÇA - ZOONOSE. A urbanização da leishmaniose visceral está aí, aqui, e cada dia mais acolá! O cachorro, considerado o principal reservatório da doença em área urbana, é o "bode expiatório" de uma briga entre trata-não trata, mata-não mata enquanto a população humana continua suscetível e ignorante frete à doença.
Falta bom senso e conhecimento na questão da leishmaniose. A população em geral entende vacina como "solução cabal". E quando o cão vacinado adquire a doença? Tem que haver muito esclarecimento!!! Vacina nunca é 100%, coleira nunca é 100%, eutanásia e tratamento também nunca são 100%. A taxa de sucesso de tratamento em humanos só é "boa" porque tem acompanhamento. E quando não há acompanhamento, acontece como em tuberculose e outras doenças de tratamento a longo prazo - DESISTÊNCIA e RESISTÊNCIA. Se para pessoas ocorre isso, imagine para animais - que até hoje são depositados na porta de clínicas veterinárias, HVs, CCZs e ONGs? Manter campanha antirrábica já está complicado; manter campanha de castração também já está complicado; que tal começar a campanha em prol da campanha de esclarecimento? População que não conhece, não faz! Tem que ter educação e ações integradas.
Só o MS não resolve. Só o MAPA não resolve. Têm que trabalhar juntos! A "Política de Vacinação" tem que se transformar na "Política de Controle e Prevenção" - para humanos e animais. A centralização da saúde em questões específicas só gera custos e debates infinitos - e definitvamente não resolve.
Hoje temos um excelente patamar em relação ao HIV/Aids graças a muita in$i$tência. Ensino na escola, propaganda na mídia, campanhas e programas de controle e prevenção... gastou-se muito para chegarmos nas boas novas atuais e no nível de conhecimento da população frente aos riscos. Que tal trabalhar assim frente à LV? Para nossa "tristeza", o exemplo urbano mais comum de doença veiculada por vetor é dengue. Que também tem um loooongo caminho de combate pela frente...
São muitas frentes a investir. Educação, vigilância ambiental e epidemiológica, pesquisa e divulgação de conhecimento sobre a doença, ações a campo, registro de produtos / medicamentos, controle de trânsito de animais, treinamento em saúde humana e animal, fatores culturais e socioeconômicos locais etc etc etc. Não dá tempo para guerra de egos.
Se até o "mito" da toxoplasmose está, aos poucos, sendo esclarecido. Acredito profundamente que o da leishmaniose também será. E não se esqueçam: leishmaniose É doença mundialmente negligenciada!!!!
Em Campo Grande, em 26 e 27 de novembro, ocorrerá o II Simpósio Sul-Mato-Grossense de Leishmanioses. Vários desses temas sobre leishmaniose serão discutidos e - espero - que o bom senso impere. Ninguém tem que ser "Greenpeace" ou ser "Ateu" em Saúde Pública. Tem que ter bom senso.
Sobre o Simpósio: inscrições gratuitas: (67) 3331-1655; asspresidencia@crmvms.org.br
OUÇA!!!! Entrevista com Sibele Cação, Presidente do CRMV-MS, na rádio Transamérica Hits (via A Crítica de Campo Grande)
OUÇA!!!! Entrevista com Sibele Cação, Presidente do CRMV-MS, na rádio Transamérica Hits (via A Crítica de Campo Grande)
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