Alice Vitoria Gomes Bezerra, a 3-month-old Brazilian girl with microcephaly, is held by her father. In the last four months, authorities have recorded close to 4,000 cases in Brazil in which the mosquito-borne Zika virus may have led to microcephaly in infants. (Mario Tama/Getty Images) - Publicado no PresentNation |
Está acontecendo neste momento a reunião do Comitê de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) / World Health Organization (WHO) para decidir sobre a declaração de emergência mundial para Zika. Se a emergência mundial for declarada, isso significa que todos os países-membros da OMS deverão adotar esforços conjuntos e as recomendações da Organização para o enfrentamento da doença e o gerenciamento do risco de introdução. Isso me emociona muito, ainda mais sob os boatos infinitos de que as consequências neurológicas em fetos e recém-nascidos teriam vínculo com vacinas (??), e outras teorias mais sem sentido ainda.
[ATUALIZAÇÃO: SIM, FOI DECLARADA A EMERGÊNCIA MUNDIAL EM SAÚDE PÚBLICA PARA ZIKA!]
Ao meu ver, além do trabalho incansável dos médicos, infectologistas e cientistas, esta entrevista publicada no The Guardian em 28 de janeiro/2016 deixa bem claro que a situação não é uma "brincadeira vacinal":
[ATUALIZAÇÃO: SIM, FOI DECLARADA A EMERGÊNCIA MUNDIAL EM SAÚDE PÚBLICA PARA ZIKA!]
Ao meu ver, além do trabalho incansável dos médicos, infectologistas e cientistas, esta entrevista publicada no The Guardian em 28 de janeiro/2016 deixa bem claro que a situação não é uma "brincadeira vacinal":
- FactSheet, em PT-PT: Doença do vírus Zika
- Página principal, em EN: Emergencies preparedness, response - Diseases - Zika
- Zika virus disease, em EN: Questions and answers
- Vídeo, em EN: Zika virus- questions and answers (Q&A):
Segue abaixo duas reportagens, divulgadas pela EBC Agência Brasil sobre o tema.
Zika: OMS discute se declara emergência internacional em saúde pública
(por Aline Leal - Repórter da Agência Brasil - EBC Agência Brasil)
O comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliar o risco de propagação do vírus Zika no mundo terá hoje (1º) sua primeira reunião em Genebra. O grupo discutirá se a propagação do vírus e sua possível relação com o aumento de casos de microcefalia constitui emergência em saúde pública de importância internacional, como aconteceu recentemente com a epidemia de ebola, detectada na África Ocidental.
Segundo o Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis da pasta, Cláudio Maierovitch, apresentará os dados brasileiros por videoconferência.
O comitê foi criado depois que os Estados Unidos emitiram alerta para que gestantes não viajassem a países onde circula o vírus e que governos aconselharam mulheres a não engravidar. O comitê é formado por profissionais renomados, especialistas na área. Segundo a professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, Deisy Ventura, o grupo pode se reunir por alguns dias, até definir se defende a declaração de emergência ou não. A decisão final é da diretoria-geral da OMS e pode ser mudada, dependendo das novas informações.
Durante sessão do conselho da organização na semana passada, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que a situação do vírus no mundo mudou drasticamente e que o Zika, após ser detectado nas Américas em 2015, se espalha agora de forma explosiva. Até o momento, segundo ela, 23 países já reportaram casos da doença
A situação é preocupante, segundo Margaret Chan, por conta de fatores como a ausência de imunidade entre a população; a falta de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápido; e a possibilidade de disseminação global da doença, quando considerada a presença do mosquito Aedes aegypti em diversas partes do planeta. O mosquito é o transmissor do vírus.
(por
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil - EBC Agência Brasil)
A
professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo,
Deisy Ventura, disse que, para decretar situação de emergência em saúde
pública de importância internacional, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) deve considerar a necessidade de ação coordenada entre os países e
analisar se a situação apresenta risco à saúde global. O assunto
começou a ser discutido pela entidade hoje, em Genebra.
A
criação de um comitê de emergência para avaliar a questão foi decidida
depois que o governo brasileiro levantou a possibilidade de o vírus
Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, ser motivo do aumento de
nascimentos de crianças com microcefalia. A informação mudou o perfil de
risco do Zika, de uma leve ameaça a uma epidemia de proporções
alarmantes. A decisão da OMS pode levar alguns dias.
A
organização poderá fazer recomendações, como por exemplo nos cuidados em
viagens, com bagagens e procedimentos. Além disso, há maior mobilização
para a arrecadação de fundos destinados ao combate ao vírus. “A OMS tem
que combater a propagação internacional da doença, causando o mínimo
possível de danos à circulação de pessoas, de bens e mercadorias”, disse
a especialista, que também é professora de direito internacional.
Para Deisy, a emergência em saúde pública de importância internacional
tem um lado bom e um ruim. “Quando a OMS usa esse recurso, ela deixa
todo mundo em estado de alerta, então reforça a importância daquela
ameaça dentro dos Estados-Membros. Ela ajuda os ministérios da Saúde a
receberem mais peso internamente. Ajuda a captar recursos internacionais
e dá uma orientação para os Estados - o que se quer é que todos andem
no mesmo sentido. Por outro lado, a repercusão tem impacto sobre o
turismo, sobre a compra de produtos, o que é natural quando o mundo toma
conhecimento de uma situação de risco em alguns países”, acrescentou.
Desde a reformulação do Regulamento Sanitário Internacional, em 2007,
foram decretadas três situações de emergência de importância
internacional. A primeira em 2009, pelo vírus H1N1, em seguida pelo
poliovírus selvagem, em 2014, e a mais recente, pelo ebola, também em
2014.
Mesmo com a situação do ebola, vírus transmitido pelos
fluidos de pessoa para pessoa e que mata 80% dos infectados, a OMS
recomendou que os países não restringissem a circulação de pessoas
oriundas dos países da África Ocidental, onde havia epidemia da doença.
Ainda no caso do ebola, a organização recomendou que os governantes
tivessem um sistema de comunicação eficaz, que estruturassem uma rede
nacional de respostas imediatas e de tratamento. “Às vezes, as
recomendações têm dificuldades de implementação porque não existem
sistemas nacionais de saúde estruturados. Foi o grande problema do
ebola. A gente sabe o que tem que fazer com uma crise de ebola, mas o
sistema de saúde desses Estados estava sucateado e foi preciso criar uma
missão das Nações Unidas”, lembrou Deisy.
Segundo a
especialista, no caso do vírus Zika, os países têm mais estrutura do que
a Guiné, Serra Leoa e a Nigéria, os países mais atingidos pelo ebola, e
isso torna a situação um pouco mais favorável. “Nossa capacidade de
resposta já é bem maior”.
Até 2007, havia um recurso usado para
evitar a propagação de doenças específicas, como a varíola, febre
amarela e tifo. Porém, a organização percebeu que há situações
desconhecidas que precisam de ações globais enérgicas. Para tomar a
decisão, é montado um comitê técnico de emergência, formado por pessoas
que tenham conhecimento do assunto, que dará à OMS os subsídios
necessários.
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