Surto de Síndrome de Guillain-Barré associada à infecção pelo vírus Zika na Polinésia Francesa: um estudo de caso-controle - Van-Mai Cao-Lormeau e col.
Fonte: Lancet [29/02/2016] [editado]
[Tradução livre]
Resumo
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Background
Entre outubro de 2013 e abril de 2014, a Polinésia Francesa apresentou o maior surto de vírus Zika já descrito até o momento. Durante o mesmo período, um aumento da síndrome de Guillain-Barré foi relatada, sugerindo uma possível associação entre o vírus Zika e síndrome de Guillain-Barré. Nosso objetivo foi avaliar o papel do vírus Zika e a infecção pelo vírus da dengue no desenvolvimento de síndrome de Guillain-Barré.
Resumo
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Background
Entre outubro de 2013 e abril de 2014, a Polinésia Francesa apresentou o maior surto de vírus Zika já descrito até o momento. Durante o mesmo período, um aumento da síndrome de Guillain-Barré foi relatada, sugerindo uma possível associação entre o vírus Zika e síndrome de Guillain-Barré. Nosso objetivo foi avaliar o papel do vírus Zika e a infecção pelo vírus da dengue no desenvolvimento de síndrome de Guillain-Barré.
Métodos
Neste estudo de caso-controle, os casos foram pacientes com a síndrome de Guillain-Barré diagnosticados no Centre Hospitalier de Polynésie Française (Papeete, Tahiti, Polinésia Francesa) durante o período do surto. Os controles foram pacientes com idade, sexo e residência semelhantes aos dos casos e que se apresentaram no hospital com doença não-febril (grupo controle 1; n = 98) e pacientes da mesma idade com Zika aguda e sem sintomas neurológicos (grupo controle 2; n = 70). Investigações virológicas incluíram RT-PCR para o vírus Zika, e ambos os imunofluorescência de microesferas e soroneutralização para o vírus Zika e vírus da dengue. A reatividade anti-glicolipídica foi estudada em doentes com síndrome de Guillain-Barré usando ELISA e microarrays.
Neste estudo de caso-controle, os casos foram pacientes com a síndrome de Guillain-Barré diagnosticados no Centre Hospitalier de Polynésie Française (Papeete, Tahiti, Polinésia Francesa) durante o período do surto. Os controles foram pacientes com idade, sexo e residência semelhantes aos dos casos e que se apresentaram no hospital com doença não-febril (grupo controle 1; n = 98) e pacientes da mesma idade com Zika aguda e sem sintomas neurológicos (grupo controle 2; n = 70). Investigações virológicas incluíram RT-PCR para o vírus Zika, e ambos os imunofluorescência de microesferas e soroneutralização para o vírus Zika e vírus da dengue. A reatividade anti-glicolipídica foi estudada em doentes com síndrome de Guillain-Barré usando ELISA e microarrays.
Achados
42 pacientes foram diagnosticados com a síndrome de Guillain-Barré durante o período do estudo. 41 (98%) dos pacientes com a síndrome de Guillain-Barré tinham anticorpos IgM ou IgG anti-Zika e todos (100%) tinham anticorpos neutralizantes em comparação com 54 (56%) de 98 no grupo de controle 1.
Interpretação
Este é o primeiro estudo a fornecer evidência para a infecção pelo vírus Zika causando síndrome de Guillain-Barré. Considerando a rapidez com que o vírus Zika está se espalhando pelas Américas, os países sob risco precisam se preparar para oferecer leitos de terapia intensiva adequada para gerir os doentes com síndrome de Guillain-Barré.
42 pacientes foram diagnosticados com a síndrome de Guillain-Barré durante o período do estudo. 41 (98%) dos pacientes com a síndrome de Guillain-Barré tinham anticorpos IgM ou IgG anti-Zika e todos (100%) tinham anticorpos neutralizantes em comparação com 54 (56%) de 98 no grupo de controle 1.
Interpretação
Este é o primeiro estudo a fornecer evidência para a infecção pelo vírus Zika causando síndrome de Guillain-Barré. Considerando a rapidez com que o vírus Zika está se espalhando pelas Américas, os países sob risco precisam se preparar para oferecer leitos de terapia intensiva adequada para gerir os doentes com síndrome de Guillain-Barré.
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