domingo, 14 de abril de 2013

H7N9: publicações disponíveis



Olá pessoal!

Saiu dia 11 de abril no The New England Journal of Medicine o primeiro paper sobre a epidemia de Influenza A (H7N9) na China.

O artigo intitulado "Human Infection with a Novel Avian-Origin Influenza A (H7N9) Virus" está disponível em .pdf e descreve aspectos da transmissão e da epidemiologia molecular do virus. O texto foi elaborado por múltiplos autores chineses.

Hypothetical Host and Lineage Origins of the Gene Segments of the Novel Reassortant Human Influenza A (H7N9) Viruses.
The colors of the gene segments in the ovals indicate their origin. BJ16 denotes A/brambling/Beijing/16/2012, KO14 A/wild bird/Korea/
A14/2011, and ZJ12 A/duck/Zhejiang/12/2011.



Também no dia 11 de abril foi publicado no mesmo periódico, na seção "Perspectives", o paper "Global Concerns Regarding Novel Influenza A (H7N9) Virus Infections" (Timothy M. Uyeki, M.D., M.P.H., M.P.P., and Nancy J. Cox, Ph.D.), que enfatiza a importância desse tipo de evento de emergência em saúde pública e faz um paralelo quanto a aspectos epidemiológicos, clínicos e moleculares do H7N9 e outras recombinações.

Abaixo, a sinopse em português do documento divulgado ontem (13/abril) pela Organização Mundial de Saúde (WHO RISK ASSESSMENT: Human infections with Influenza A(H7N9) virus, 13 April 2013) e replicada pelo ProMED: 

Em 13/abril/2013 um total de 49 casos humanos confirmados de infecção pelo vírus da influenza  A(H7N9) foram reportados à OMS/WHO pela Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar da China. Dentre os casos confirmados:
-  a faixa etária variou de 4 a 87 anos;
-  34 casos (69,4%) eram do gênero masculino;
- houve 11 casos fatais (letalidade: 22,4%);
- a maioria dos casos apresentou quadro grave;
- os casos são procedentes de 3 províncias (Anhui, Jiangsu e Zhejiang) e 2 cidades (Beijing e Shanghai). Todas as localidades são do leste e norte da China;
- 2 casos confirmados foram associados a possível surto familiar, nos quais 1 e 2 casos adicionais, respectivamente, desenvolveram pneumonia severa;
- contatos próximos de casos confirmados e profissionais da saúde que prestaram assistência aos casos foram  monitorados. Nenhum dos contatos que foram testados por PCR apresentaram  infecção confirmada.

Sobre o vírus H7N9, a caracterização genética e laboratorial dos vírus isolados dos 3 primeiros casos confirmados da infecção apontam que:
- o vírus apresenta genes de 3 diferentes vírus de influenza aviária;
- os resultados da análise genética do vírus demonstraram certas mudanças, incluindo algumas substituições de aminoácidos associadas a maior afinidade a receptores alpha 2-6, sugerindo grande capacidade de infectar mamíferos (incluindo humanos), mais que a maioria dos outros vírus da influenza aviária;
- os vírus parecem ser susceptíveis a inibidores da neuraminidase
(oseltamivir e zanamivir), mas resistentes à amantadina e rimantadina;
- os vírus apresentam hemaglutininas que estão associadas à baixa patogenicidade em aves;

Sobre a epidemiologia da doença:
- ainda existem, no momento, vários gaps sobre informações críticas, incluindo: o(s) animal (ais) que servem como reservatórios do vírus, as exposições de risco e vias de transmissão de animais para humanos;
- o vírus da influenza aviária A(H7N9) foi isolado em aves de criação (frangos e patos) e pombos em mercados de algumas áreas da China, mas se outros potenciais reservatórios podem existir, incluindo outras aves domésticas e selvagens e mamíferos como porcos, ainda não está definido;
- o vírus não se associou a doença severa em criação de aves;
- a epidemiologia do vírus entre animais, incluindo os principais reservatórios e a extensão geográfica, ainda não está estabelecida;
- não há evidência de transmissão sustentada  pessoa-pessoa. Entretanto, os 2 possíveis surtos familiares sugerem que uma limitada transmissão pessoa-pessoa pode ocorrer durante o contato próximo entre casos e outras pessoas, potencialmente entre familiares e serviços de saúde. Entretanto, novas mudanças genéticas no vírus sugerem adaptação a mamíferos;
- até o momento não há informações que indiquem [o risco de] disseminação internacional do vírus. Entretanto, é possível que uma pessoa infectada, que pode ou não apresentar sintomas, pode viajar para outros países. Como a transmissão sustentada pessoa-pessoa não parece estar ocorrendo a disseminação extensa na comunidade parece ser improvável;
- a OMS/WHO não recomenda nenhuma triagem especial em pontos de entrada e não recomenda nenhuma restrição a viagens e comércio.

Acesse também o HealthMap e acompanhe a geo-evolução.

Vamos acompanhando a evolução!

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