Hoje é 28 de maio de 2020. Estamos vivendo uma pandemia. E não estou mais apavorada com o vírus ou com a possibilidade de morrer, como estava em março. Estou apavorada como que está acontecendo no Brasil. Me sinto derrotada, com vergonha de ser brasileira e sem estímulo para nada. Não vejo sentido algum no meu trabalho, nas pesquisas, nas investigações... Talvez seja a primeira pandemia de minha vida, talvez seja também a última. Sou professora de epidemiologia há 14 anos. Esta deveria ser a maior oportunidade de ensinar, de aprender e de contribuir com a ciência da minha vida! Mas não. Todos os dias, desde 17 de março e sem exceção, temos que brigar contra notícias falsas, lutar contra as “teorias da conspiração” e contra os anti-ciência, temos que provar o tempo todo que vacina de cachorro não deve ser usada em gente, temos que gritar que o “vírus de laboratório” não foi criado no laboratório! Isso esgota. Drena completamente as forças. E não suficiente, vivemos um caos político por pura falta de GOVERNANÇA!!!!!!
Nunca vi tanta falta de educação e de respeito. Um absurdo de falta de planejamento e preparação. Tanta falta de decoro, falta de empatia. Falta de gerência! O Brasil está acabando. “O país do futuro” está revivendo um passado horroroso e não consigo ver sequer uma solução para isso. Os discursos de defesa de economia e saúde foram todos substituídos por polarização política. Não é possível que estejamos passando por isso EM PLENA PANDEMIA, é mais que surreal! São mais de 25.000 (VINTE E CINCO MIL!!!!!!) mortos no Brasil pelo coronavírus, "E daí?". Nunca vi tanta ofensa a outras nações e aos próprios brasileiros. Nunca vi tanta falta de respeito com a dor de quem sofreu o holocausto e tantos outros horrores. Nunca vi tanto desprezo pela ciência, pela ordem e pelo progresso. Nunca vi tanto “copy and paste” de comportamentos do Trump, SEM CONDIÇÃO DE ARCAR COM AS CONSEQUÊNCIAS!!!!! Este país depende de commodities e nossos compradores são ofendidos dioturnamente! Até que ponto vai a liberdade de expressão e o limite do respeito ao próximo? Quem, nesse mundo inteiro, investiria no Brasil? Este país me envergonha. O comportamento de cima para baixo me envergonha. A população deliberadamente sem se proteger, me envergonha. Não temo o coronavírus, temo a guerra civil. Temo a desordem e o regresso. Temo essa treva que estamos vivendo. E não tenho nem para onde fugir.
Higeya
Epidemiologia, Zoonoses e Saúde Pública
quinta-feira, 28 de maio de 2020
quarta-feira, 18 de julho de 2018
Oportunidade - iniciação científica
O EpiVet, Laboratório de Epidemiologia Veterinária da UFMS - oferece uma vaga de iniciação científica, modalidade voluntário, para o projeto de pesquisa "Epidemiologia molecular e espacial da raiva em Mato Grosso do Sul", para atuar no subprojeto "Análise epidemiológica do surto de raiva canina ocorrido em Corumbá-MS no ano de 2015". A vigência da IC é de um ano, de agosto de 2018 a julho de 2019. Os interessados devem ser acadêmicos de graduação regulares da UFMS.
O Objetivo Geral do subprojeto é realizar a análise descritiva e de fatores de risco do surto de raiva canina ocorrido em Corumbá-MS no ano de 2015. Para as análises, será utilizado o software OpenOfficeCalc 4.1.1 (openoffice.org) para a construção da série histórica da raiva canina para o ano de 2015 e análise descritiva das variáveis município, espécie animal, idade, raça e sexo conforme os dados enviados pelos municípios de Corumbá e Ladário. Para análise univariada, cálculo de qui-quadrado e odds ratio, será utilizado o Open Epi, ferramenta Tabela 2x2 (openepi.com). As análises descritivas serão realizadas no EpiVet-UFMS. Não é necessário conhecimento prévio das ferramentas computacionais, porém é necessário que o candidato goste de epidemiologia!
Os interessados devem enviar para o e-mail juliana.galhardo@ufms.br - até dia 25 de julho - os seguintes documentos:
- Histórico escolar atualizado
- Currículo Lattes atualizado (ou link do currículo)
A entrevista será realizada no dia 01/08, quarta-feira, no EpiVet, a partir das 8h.
Boa sorte!
O Objetivo Geral do subprojeto é realizar a análise descritiva e de fatores de risco do surto de raiva canina ocorrido em Corumbá-MS no ano de 2015. Para as análises, será utilizado o software OpenOfficeCalc 4.1.1 (openoffice.org) para a construção da série histórica da raiva canina para o ano de 2015 e análise descritiva das variáveis município, espécie animal, idade, raça e sexo conforme os dados enviados pelos municípios de Corumbá e Ladário. Para análise univariada, cálculo de qui-quadrado e odds ratio, será utilizado o Open Epi, ferramenta Tabela 2x2 (openepi.com). As análises descritivas serão realizadas no EpiVet-UFMS. Não é necessário conhecimento prévio das ferramentas computacionais, porém é necessário que o candidato goste de epidemiologia!
Os interessados devem enviar para o e-mail juliana.galhardo@ufms.br - até dia 25 de julho - os seguintes documentos:
- Histórico escolar atualizado
- Currículo Lattes atualizado (ou link do currículo)
A entrevista será realizada no dia 01/08, quarta-feira, no EpiVet, a partir das 8h.
Boa sorte!
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Sobre o adolescente amazonense e a cura da raiva
Ano passado (2017) um sem-número de pessoas que vivem na Reserva Extrativista da Comunidade Tapira do Rio Unini em Barcelos-AM (mais de 400 Km de distância de Manaus) estavam sob risco de raiva transmitida por morcegos hematófagos. Na mesma família, TRÊS irmãos foram infectados. Dois morreram. Mateus Castro, de 14 anos, sobreviveu "graças ao Protocolo de Milwalkee". Este protocolo ainda é experimental, sendo utilizado em casos de raiva humana em que não houve o devido tratamento profilático pós-exposição (soro antirrábico e quatro doses de vacina antirrábica - nos dias 0, 3, 7 e 14 - no caso da mordedura por morcegos). Quando um caso de raiva humana chega à cura, significa que o paciente, além de sobreviver, também não possui mais o vírus em seu sistema nervoso central. Mas veja, o vírus da raiva já tinha chegado lá no cérebro. Já causou danos, muitas vezes irreversíveis. O que será deste menino no "pós-raiva"? Será mais um brasileiro curado, um sucesso para a medicina, porém mais um "Marciano"?
Marciano Menezes da Silva foi o primeiro brasileiro curado da raiva, em 2008. No ano de 2007 ele foi agredido por morcego, não recebeu a profilaxia antirrábica pós-exposição, porém recebeu o Protocolo de Milwalkee modificado ou Protocolo de Recife. UM PACIENTE BRASILEIRO SOBREVIVEU À RAIVA!!!! Mas como está sobrevivendo hoje, de volta ao sertão de Pernambuco? Como é a assistência "pós-raiva" em Floresta-PE? Me pergunto várias vezes "o que é sobreviver à raiva?". Conforme a reportagem de 2016, Marciano disse que seu "maior sonho é voltar a andar". O que é sobreviver?
Voltando a Barcelos-AM, não custa lembrar que foram necessárias DUAS MORTES de irmãos para que a população sob risco finalmente tivesse acesso à profilaxia. Os óbitos foram registrados em Manaus em 02 e 16 de novembro e só no dia 05 de dezembro as doses de vacina e soro chegaram a Barcelos! Pensando que o período de incubação médio da raiva em humanos é de aproximadamente 45 dias, é possível que esta família tenha sido agredida pelos morcegos e infectada com o vírus da raiva ainda em AGOSTO ou SETEMBRO. E a profilaxia para a comunidade chegou em DEZEMBRO. Foram necessárias duas mortes na mesma família para que os órgãos de saúde se mobilizassem de verdade, com praticamente quatro meses de atraso. É desanimador tamanho descaso!
A região amazônica é rica em biodiversidade porém também está sob a ameaça constante de desequilíbrios ambientais. Um estudo de 1980 já falava da importância epidemiológica de morcegos hematófagos na região, já alertando que "concernente à prevenção da raiva humana é a criação acidental de micro-habitats para morcegos hematófagos na forma de áreas preservadas com abrigos adequados na colonização de regiões florestais onde a raiva silvestre é prevalente", e enfatizando as características ecológicas que podem favorecer a permanência destes nas áreas habitadas por humanos. A Reserva Extrativista da Comunidade Tapira do Rio Unini em Barcelos-AM talvez nem seja tão preservada assim e, para que os hematófagos optem por atacar pessoas, é bem possível que haja falta de alimento melhor para os morcegos, ou seja, pela falta de outras espécies animais os morcegos passaram a espoliar pessoas. Imagine a falta de estrutura de um local desses? Onde nem a saúde chegou oportunamente?!
Também não custa lembrar que ainda em 2017 as cidades de Salvador-BA e Recife-PE foram focos de raiva em morcegos hematófagos (que nem deveriam habitar áreas urbanas!! Veja o desequilíbrio ambiental!) e em Recife ocorreu um óbito humano devido à variante do vírus da raiva que circula em morcegos hematófagos (variante 3), porém transmitida por um gato. O gato havia entrado em contato com o morcego, foi infectado com o vírus da raiva e acabou transmitindo a doença para a pessoa através de mordedura. A pessoa não buscou atendimento oportunamente... Óbito.
Mais lembranças de 2017, tivemos a modificação no protocolo da vacina antirrábica pós-exposição, que era de cinco doses e passou a ser de quatro. É óbvio que a justificativa são os "estudos recentes comprovando que quatro doses já são suficientemente protetoras", não precisa mais da quinta dose. Nada disso tem a ver com o desabastecimento de vacinas e a crise na produção de imunobiológicos, incluindo soro antiofídico, soro antirrábico, vacina de febre amarela, vacina antirrábica... Não, nada tem a ver com isso! Até mesmo o novo protocolo da vacina de febre amarela, que era uma dose a cada 10 anos se tornou esta mesma dose para a vida toda! E em 2018 podemos fazer apenas 1/4 da dose que protegerá por 8 anos! Fantástico! Mas são os estudos recentes que indicam isso. Estamos seguros e podemos ficar tranquilos com os novos protocolos de imunização! E pensar que o Brasil já foi referência em imunização! Que saudade do PNI!
Lembrando também que 2017 foi o ano da "revolta" da sífilis, não só pela falta de cuidados e uso de preservativos pelas pessoas mas também pela falta de penicilina para tratar os pacientes! E o brasileiro segue não se protegendo, não se prevenindo e NÃO SE TRATANDO. Ou porque não sabe, ou porque NÃO TEM!
E assim segue nosso sistema nada preventivo, totalmente assistencial, com o perfil de "apagar incêndios" da saúde. São tantos os exemplos, como a raiva canina em Corumbá-MS, a febre amarela no Sudeste, a entrada do Zika e a explosão do Chikungunya... e tantos outros. Infelizmente isso deixa claro que nossos gestores estão mais preocupados com a "política" do que com o cidadão ou a gestão da saúde.
Marciano Menezes da Silva foi o primeiro brasileiro curado da raiva, em 2008. No ano de 2007 ele foi agredido por morcego, não recebeu a profilaxia antirrábica pós-exposição, porém recebeu o Protocolo de Milwalkee modificado ou Protocolo de Recife. UM PACIENTE BRASILEIRO SOBREVIVEU À RAIVA!!!! Mas como está sobrevivendo hoje, de volta ao sertão de Pernambuco? Como é a assistência "pós-raiva" em Floresta-PE? Me pergunto várias vezes "o que é sobreviver à raiva?". Conforme a reportagem de 2016, Marciano disse que seu "maior sonho é voltar a andar". O que é sobreviver?
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Voltando a Barcelos-AM, não custa lembrar que foram necessárias DUAS MORTES de irmãos para que a população sob risco finalmente tivesse acesso à profilaxia. Os óbitos foram registrados em Manaus em 02 e 16 de novembro e só no dia 05 de dezembro as doses de vacina e soro chegaram a Barcelos! Pensando que o período de incubação médio da raiva em humanos é de aproximadamente 45 dias, é possível que esta família tenha sido agredida pelos morcegos e infectada com o vírus da raiva ainda em AGOSTO ou SETEMBRO. E a profilaxia para a comunidade chegou em DEZEMBRO. Foram necessárias duas mortes na mesma família para que os órgãos de saúde se mobilizassem de verdade, com praticamente quatro meses de atraso. É desanimador tamanho descaso!
A região amazônica é rica em biodiversidade porém também está sob a ameaça constante de desequilíbrios ambientais. Um estudo de 1980 já falava da importância epidemiológica de morcegos hematófagos na região, já alertando que "concernente à prevenção da raiva humana é a criação acidental de micro-habitats para morcegos hematófagos na forma de áreas preservadas com abrigos adequados na colonização de regiões florestais onde a raiva silvestre é prevalente", e enfatizando as características ecológicas que podem favorecer a permanência destes nas áreas habitadas por humanos. A Reserva Extrativista da Comunidade Tapira do Rio Unini em Barcelos-AM talvez nem seja tão preservada assim e, para que os hematófagos optem por atacar pessoas, é bem possível que haja falta de alimento melhor para os morcegos, ou seja, pela falta de outras espécies animais os morcegos passaram a espoliar pessoas. Imagine a falta de estrutura de um local desses? Onde nem a saúde chegou oportunamente?!
Também não custa lembrar que ainda em 2017 as cidades de Salvador-BA e Recife-PE foram focos de raiva em morcegos hematófagos (que nem deveriam habitar áreas urbanas!! Veja o desequilíbrio ambiental!) e em Recife ocorreu um óbito humano devido à variante do vírus da raiva que circula em morcegos hematófagos (variante 3), porém transmitida por um gato. O gato havia entrado em contato com o morcego, foi infectado com o vírus da raiva e acabou transmitindo a doença para a pessoa através de mordedura. A pessoa não buscou atendimento oportunamente... Óbito.
Mais lembranças de 2017, tivemos a modificação no protocolo da vacina antirrábica pós-exposição, que era de cinco doses e passou a ser de quatro. É óbvio que a justificativa são os "estudos recentes comprovando que quatro doses já são suficientemente protetoras", não precisa mais da quinta dose. Nada disso tem a ver com o desabastecimento de vacinas e a crise na produção de imunobiológicos, incluindo soro antiofídico, soro antirrábico, vacina de febre amarela, vacina antirrábica... Não, nada tem a ver com isso! Até mesmo o novo protocolo da vacina de febre amarela, que era uma dose a cada 10 anos se tornou esta mesma dose para a vida toda! E em 2018 podemos fazer apenas 1/4 da dose que protegerá por 8 anos! Fantástico! Mas são os estudos recentes que indicam isso. Estamos seguros e podemos ficar tranquilos com os novos protocolos de imunização! E pensar que o Brasil já foi referência em imunização! Que saudade do PNI!
Lembrando também que 2017 foi o ano da "revolta" da sífilis, não só pela falta de cuidados e uso de preservativos pelas pessoas mas também pela falta de penicilina para tratar os pacientes! E o brasileiro segue não se protegendo, não se prevenindo e NÃO SE TRATANDO. Ou porque não sabe, ou porque NÃO TEM!
E assim segue nosso sistema nada preventivo, totalmente assistencial, com o perfil de "apagar incêndios" da saúde. São tantos os exemplos, como a raiva canina em Corumbá-MS, a febre amarela no Sudeste, a entrada do Zika e a explosão do Chikungunya... e tantos outros. Infelizmente isso deixa claro que nossos gestores estão mais preocupados com a "política" do que com o cidadão ou a gestão da saúde.
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Cuidados com animais: entrevista à Rádio Educativa UFMS
Ir à rádio UFMS é sempre muito bom! Volto sempre mesmo!
A conversa do primeiro bloco começou com os cuidados com cães e gatos na época de frio, depois falamos sobre manter aves domésticas em casa, entramos em "doenças zoonóticas", chegamos em posse responsável.
No segundo bloco o assunto foi, claro, leishmanioses - leishmaniose visceral, leishmaniose tegumentar, prevenção e Projeto LeishNão.
Os dois blocos estão disponíveis no site da Rádio: https://educativa.ufms.br/01-05-2017/
A conversa do primeiro bloco começou com os cuidados com cães e gatos na época de frio, depois falamos sobre manter aves domésticas em casa, entramos em "doenças zoonóticas", chegamos em posse responsável.
No segundo bloco o assunto foi, claro, leishmanioses - leishmaniose visceral, leishmaniose tegumentar, prevenção e Projeto LeishNão.
Os dois blocos estão disponíveis no site da Rádio: https://educativa.ufms.br/01-05-2017/
domingo, 29 de maio de 2016
Resistência a antimicrobianos e saúde única - o papel do Médico Veterinário
Recentemente foi isolada uma cepa multirresistente de Escherichia coli de uma paciente nos Estados Unidos - resistente a todos os princípios testados, inclusive à colistina, que não é um antimicrobiano novo porém é utilizado apenas em casos especiais - e aparentemente os genes de resistência a este antibiótico já estão se desenvolvendo e se espalhando. Com mais esta evidência, nos cabe alertar a todos os envolvidos na cadeia alimentar da urgente necessidade de usar racionalmente os antimicrobianos e cabe ao médico veterinário o primeiro passo nessa jornada.
http://www.oie.int/en/for-the-media/amr/ |
A Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial de Saúde Animal e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura se juntaram no conceito de saúde única e um dos principais tópicos abordados é o combate ao uso indiscriminado de antibióticos junto aos países membros da OMS-OIE-FAO - Nações Unidas. Não se trata apenas de mais um acordo internacional ou de mais uma formalidade ou norma a ser cumprida. É um movimento real e mais que necessário de alerta global para o uso racional de antimicrobianos e o risco de resistência microbiana aos princípios ativos ainda disponíveis.
No Brasil as ações de conscientização ou de controle do uso de antimicrobianos estão aparentemente tímidas, principalmente no comércio veterinário. Apenas recentemente foi introduzida a obrigatoriedade do receituário duplo obrigatório para a aquisição de antimicrobianos em farmácia humana e observamos grandes esforços da Agência Nacional de Vigilância Sanitária através de programas como a Rede RM (Rede Nacional de Monitoramento da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde) e o Educanvisa (Educação em Vigilância Sanitária), porém nas casas agropecuárias os antimicrobianos ainda podem ser adquiridos livremente.
O primeiro "avanço" observado na área animal foi a instituição da "Comissão sobre Prevenção da Resistência aos Antimicrobianos em Animais - CPRA" pelo MAPA, publicada no Diário Oficial da União do último dia 24 de maio (PORTARIA Nº 45, DE 23 DE MAIO DE 2016). Conforme a Portaria, apenas comporão a Comissão membros do próprio Ministério e esta "poderá convidar servidores do MAPA, bem como especialistas vinculados a órgãos e entidades nacionais, públicos ou privados, e a organismos internacionais, cuja presença seja considerada necessária para o cumprimento do disposto nesta Portaria". Isso deixa claro que o avanço no controle e no abuso de antimicrobianos na área animal no Brasil não vai cessar tão cedo... Ponto para a indústria farmacêutica. Precisamos encontrar alguma maneira de pressionar o MAPA a parar de agir em prol da indústria e começar a agir em favor da saúde humana!
E você, o que vai fazer quanto a isso?
Links externos:
Consenso sobre uso racional de antimicrobianos - ANVISA: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd08_03.pdf
Uso racional de medicamentos - Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/uso_racional_medicamentos_temas_selecionados.pdf
Projeto Educanvisa - ANVISA: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Pos+-+Comercializacao+-+Pos+-+Uso/Fiscalizacao/Assunto+de+Interesse/Propaganda/Propaganda+antigo/Assunto+de+Interesse/Acoes+Educativas/Projeto+Educanvisa+Educacao+em+Vigilancia+Sanitaria
Antimicrobial resistance - WHO (publications): http://www.who.int/drugresistance/en/
2015 WHO Campaign: http://www.who.int/mediacentre/events/2015/world-antibiotic-awareness-week/waaw-toolkit.pdf
Antimicrobial resistance - OIE: http://www.oie.int/en/for-the-media/amr/
Antimicrobial resistance - FAO: http://www.fao.org/antimicrobial-resistance/en/
Antibiotic / Antimicrobial resistance - CDC: http://www.cdc.gov/drugresistance/
http://www.fao.org/3/a-i4296t.pdf |
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