[Opinião]
Ok. Vamos falar sobre depósitos de ovos de Aedes. Sobre deixar o pote
cheio de água só para ter um lindo berçário cheio de bebês-Aedes bem
pertinho de você, ou sobre deixar para recolher a sujeira do seu quintal
depois que as moscas fizerem a oviposição, pois é melhor que as larvas
de mosca se desenvolvam lá no lixo, não é?
Amigos, por favor. Precisamos de clareza!!!!!!
Essa estratégia de ter "berçário de larvas" seria ótima se as pessoas já cuidassem de seus próprios quintais e se elas não tivessem mais nada o que fazer da vida, a não ser cuidar para ver se a fêmea de Aedes já depositou os ovinhos lá. A Páscoa está chegando mas esses ovinhos NÃO são de chocolate e a surpresa não será um brinquedo.
As pessoas NÃO cuidam de seus quintais. As pessoas NÃO fazem a lição de casa, NÃO deixam o agente de saúde entrar, NÃO se mexem. As pessoas reclamam do vizinho, reclamam do governo e reclamam que as contas estão caras - mas continuam devendo no comércio da esquina.
Quem trabalha com Aedes e controle de quaisquer vetores sabe o quão rápido estes se adaptam a novos ambientes ou desafios, e quem trabalha com extensão sabe que o problema do depósito de água é bem pior: tem alta densidade demográfica, péssimo saneamento (quanto tem!), baixo nível educacional, vive mal, come mal, mora mal e o salário é tão baixo quanto a capacidade da cidade em suprir a desigualdade social.
Convenhamos que o combate a vetores (Aedes, Lutzomyia e outros tantos...) vai muito além da questão "limpinho". Não é possível realizar controle de vetores (veja bem: CONTROLE) sem ações integradas, contínuas e coletivas. Este país é tropical, desigual e, infelizmente, preguiçoso demais. Não é só o cidadão, o poder público, o setor privado, os empregadores, as escolas públicas e privadas, as igrejas, os presidentes de bairro... o engajamento deveria ser 100%. Aí sim, poderíamos ter criadouros monitorados dentro de casa e ainda comparar os dados com os vizinhos. Imagina que bacana seria esse paper?
Amigos, por favor. Precisamos de clareza!!!!!!
Essa estratégia de ter "berçário de larvas" seria ótima se as pessoas já cuidassem de seus próprios quintais e se elas não tivessem mais nada o que fazer da vida, a não ser cuidar para ver se a fêmea de Aedes já depositou os ovinhos lá. A Páscoa está chegando mas esses ovinhos NÃO são de chocolate e a surpresa não será um brinquedo.
As pessoas NÃO cuidam de seus quintais. As pessoas NÃO fazem a lição de casa, NÃO deixam o agente de saúde entrar, NÃO se mexem. As pessoas reclamam do vizinho, reclamam do governo e reclamam que as contas estão caras - mas continuam devendo no comércio da esquina.
Quem trabalha com Aedes e controle de quaisquer vetores sabe o quão rápido estes se adaptam a novos ambientes ou desafios, e quem trabalha com extensão sabe que o problema do depósito de água é bem pior: tem alta densidade demográfica, péssimo saneamento (quanto tem!), baixo nível educacional, vive mal, come mal, mora mal e o salário é tão baixo quanto a capacidade da cidade em suprir a desigualdade social.
Convenhamos que o combate a vetores (Aedes, Lutzomyia e outros tantos...) vai muito além da questão "limpinho". Não é possível realizar controle de vetores (veja bem: CONTROLE) sem ações integradas, contínuas e coletivas. Este país é tropical, desigual e, infelizmente, preguiçoso demais. Não é só o cidadão, o poder público, o setor privado, os empregadores, as escolas públicas e privadas, as igrejas, os presidentes de bairro... o engajamento deveria ser 100%. Aí sim, poderíamos ter criadouros monitorados dentro de casa e ainda comparar os dados com os vizinhos. Imagina que bacana seria esse paper?